Doutora em Sociologia (USP), 1994.
Professora adjunta do Instituto de Arquitetura e Urbanismo USP e professora colaboradora do Progama de Pós graduação em Sociologia da UFSCAR

Cibele Saliba Rizek é doutora em sociologia pela Universidade de São Paulo, professora do Programa de Pós graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, membro do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania e professora colaboradora do Programa de Pós graduação em sociolgia da UFSCAR. Vem se dedicando ao estudo de periferias urbanas em seus mútiplos aspectos. Organizou Saídas de Emergência: ganhar perder a vida na periferia de São Paulo em conjunto com outros pesquisadores, assim como Hegemonia às Avessas e A Era da Indeterminação.

Linha de pesquisa: Pobreza/ cidade/ periferias urbanas

Área de investigação: sociologia urbana/ sociologia política

Projetos em andamento:

Novas e Velhas políticas sociais no Brasil (Convênio CNPa/IRD)
Pretende-se relacionar a redução substancial dos níveis de pobreza, em particular durante a última década (Leite, 2011) e a (re)produção de novas e velhas desigualdades, por meio das políticas sociais, focando, desta vez, principalmente, não nas formas de apropriação de tais políticas por parte dos(das) beneficiário(a)s (Georges, 2012; Georges e Santos, 2012), mas nos operadores do Estado e nas suas “margens”, como as diversas entidades da assim chamada “sociedade civil” que construíram formas de acesso, de gestão de recursos e de controle social, entidades que operam por meio de processos de terceirização (ONGs, OSCIPs, OSs), fazendo a mediação da política e dos programas sociais nas suas capilaridades (tanto com a “demanda” da população por determinados serviços quanto com grandes empresas como as empreiteiras e outros parceiros privados, no âmbito, por exemplo, do programa “Minha casa, minha vida”). Mais precisamente, propomos um balanço empírico dos resultados das políticas sociais empreendidas desde o início do primeiro governo Lula, numa abordagem histórica e através de comparações regionais.
e O social e o cultural entrelaçados: novos modos de gestão da pobreza (CNPq) um novo contorno da chamada questão social parece estar se desenhando com um conjunto diversificado de programas que puseram em cena atores e práticas– fundações empresariais, ongs, OSs, novas formas de empresariamento e, por outro lado, deslanchando em escala crescente um novo acoplamento entre a questão social (condições precárias de vida e de trabalho, pobreza urbana, situações periféricas identificadas com moradias precárias que se fazem acompanhar de acesso difícil aos serviços urbanos) e a proposição de políticas culturais. Esse acoplamento que está em curso e parece estar sendo alvo de um processo de naturalização – em especial naturalização de seu caráter virtuoso – é o objeto desse projeto de pesquisa. Para além de uma discussão delimitada a um ou outro campo – isto é à questão da cidade configurada como questão social e/ou a questão das políticas culturais, esse projeto se propõe a investigar a hipótese de que as situações de pobreza urbana devidamente transformadas em públicos alvo de políticas sociais e culturais apontam para um modo novo de configuração da questão e a gestão da vida e da vida urbana, na perspectiva da acomodação, do apaziguamento e da pacificação, na chave de uma elisão da possibilidade do conflito e de formação de sujeitos capazes de ação política, o que despolitizaria crescentemente o horizonte e a vida na cidade, bem como as práticas culturais que ancoram a visão ideologizada dos protagosnismos crescentemente atribuídos e/ou produzidos como atributos naturalizados dessas populações.

Programa Minha casa minha vida entidades: estudo etnográfico (CNPq e Ministério das Cidades)
Esse projeto de pesquisa se inscreve em uma trajetória de investigações relativas à produção do espaço e da vida nas periferias da cidade de São Paulo. Relaciona-se, assim, com a perspectiva de compreensão das formas recentes de produção de moradia, vinculadas a um processo de constituição e aplicação do programa Minha Casa Minha Vida Entidades e seus desdobramentos inclusive para a produção do espaço e das franjas nas periferias da região metropolitana de São Paulo, a serem mapeados pela investigação proposta. Desse ponto de vista esse projeto visa, em primeiro lugar, apresentar e discutir o Programa Minha Casa Minha Vida e a modalidade entidades,  no quadro das políticas sociais do  Brasil contemporâneo e de sua discussão, mais especificamente no período posterior à sua implantação em 2009, buscando apreender dimensões e aspectos da proposta nos governos do Presidente Lula- e da Presidente Dilma Roussef. Em segundo lugar, esse projeto visa apreender e discutir a face habitacional e urbana dessas políticas sociais, encarnadas na modalidade do Programa Minha Casa Minha Vida – Entidades, exatamente porque é nela que se pode apreender mediadores e operadores, bem como os resquícios, permanências e redefinições de entidades populares provenientes dos movimentos de moradia. As dimensões empíricas da pesquisa que ora se propõe se voltarão para pelo menos dois empreendimentos da modalidade Entidades localizados na região metropolitana de São Paulo, pelas razões que serão delineadas no corpo e na justificativa do projeto.