Professora do Departamento de Sociologia e do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Doutora em Sociologia pela UFSCar, mestre em Sociologia e bacharel em Ciências Sociais pela mesma universidade. Possui ainda um pós-doutorado em Sociologia pela UFSCar. É pesquisadora do Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Profissões e Mobilidades (LEST-M), na Universidade Federal de São Carlos, e do grupo Contradições do Trabalho no Brasil Atual: formalização, precariedade, terceirização e regulação, sediado na Universidade de Campinas. Tem experiência de pesquisa na área de Sociologia do Trabalho, com destaque para os seguintes temas: flexibilização do trabalho, cooperativismo, Economia Solidária, geração, juventude e trabalhadores da área de tecnologia da informação.

Áreas de investigação: Trabalho; Juventudes; Economia Solidária; Tecnologia.

Grupo de pesquisa: LEST – Laboratório de Estudos sobre Trabalho, Profissões e Mobilidades

Projetos de pesquisa em andamento:

Trabalho e juventudes: as diversas facetas da flexibilidade

Nas últimas décadas, o mundo do trabalho tem sofrido uma série de transformações. Cada vez mais, o trabalho formal, por tempo indeterminado e voltado à construção de uma carreira linear dá lugar ao trabalho flexível. Esse trabalho se caracteriza por ser temporário, organizado por projetos, por se realizar em tempos e espaços variáveis, por ser dependente das redes e individualizado. Em um mundo do trabalho assim configurado, ganha força a ideia de que os jovens estariam mais aptos para essas novas experiências, na medida em que seriam mais móveis, abertos ao risco e às formas de trabalho flexível de maneira geral, o que é reforçado pela noção de “geração Y”. Assim, nosso objetivo central é verificar como os trabalhadores jovens vivenciam essa nova configuração do trabalho, isto é, em que medida o discurso da flexibilidade, da inovação, do talento individual, da atualização constante e da instabilidade “criativa” é interiorizado por eles. Em pesquisa anterior, realizamos um estudo junto aos profissionais de tecnologia da informação (TI) do estado de São Paulo. A proposta atual é ampliar essa investigação para outras formas de trabalho, contemplando tanto uma juventude “criadora de tendências”, com elevado nível de qualificação e acesso à informação, quanto outra juventude que, não dispondo de tais recursos materiais e simbólicos, é destinada a atividades menos valorizadas, menos criativas e, por vezes, marcadas por um trabalho intensivo, rotinizado e incerto.

Trabalho e globalização periférica no Brasil: um estudo comparativo em três setores produtivos

O objetivo do projeto é analisar o novo e complexo cenário no qual tem se reconfigurado o mundo do trabalho, com a criação de novas ocupações marcadas pela demanda por criatividade, ao mesmo tempo em que se perpetuam formas arcaicas de produção e utilização da força de trabalho (mas operadas sob a lógica da flexibilização e inseridas em amplas redes globalizadas). Pretende-se investigar esses processos de forma situada e, ao mesmo tempo, comparativa e interconectada com a verificação de regularidades mais gerais, como representativas do que chamamos de globalização periférica. O mercado de trabalho contemporâneo tem se apresentado de forma tão heterogênea, no que se refere aos modelos de contrato, condições de trabalho e percepção dos trabalhadores acerca das experiências vividas, que a interlocução entre estudos de variadas formas de inserção laboral, ou de inserções laborais semelhantes em territórios sócio geográficos diferentes, se constitui numa estratégia importante para nos ajudar a refletir sobre suas zonas cinzentas. Temos como recorte empírico três categorias de trabalhadores representativos dessas mudanças, pelo tipo de atividade que realizam, pelas formas organizacionais e jurídicas em que estão engajados e que são representativas de um deslocamento espacial real ou virtual e que se encontram num continuum, onde se mesclam extremos: sweatshops ou oficinas do vestuário, historicamente precários; operários da indústria automobilísticas, representação de um modelo fordista em declínio; e trabalhadores do conhecimento vinculados as novas tecnologias, os trabalhadores digitais da produção de software. O recorte sócio-espacial será entre São Paulo e Nordeste, mais especificamente São Carlos-Campina Grande-PB (trabalho digital em startups); São Paulo (Brás), e Santa Cruz do Capibaribe (PE) (confecções, produção e vendas); São Carlos/Itirapina e Goiana (PE) (indústria automobilística).

Coordenação: Jacob Carlos Lima / Integrantes: Aline Suelen Pires, Angelo Martins Junior, Fernando Ramalho Martins, Daniela Ribeiro de Oliveira, Iara Maria de Araújo, Roseli Corteletti, Marcos Lázaro Prado, Edvaldo Carvalho Alves.

Financiamento: CNPq